segunda-feira, 21 de junho de 2010

Arte Povera na atualidade : um olhar atento a objetos do lixo/banais

Na Itália, em uma época de pós –guerra, em que o mundo assistiu um grande aceleramento tecnológico militar e relações políticas de interesse mercadológicos principalmente dos EUA( ver tratado Marschal) modificou-se o modo de ser e viver. A classe média italiana com maiores poderes aquisitivos aproveitava a abertura capitalista do consumismo americano, abrangendo uma sociedade consumista baseada no desperdício. Influenciado pelos movimento Dadaista, New Dada, e ações da LandArt (pesquisar Google sobre), surge a Arte Pobre , na qual contestava os valores estéticos e artísticos da sociedade capitalista em que a arte era tratada como mercadoria, desprezando a relação da arte como criação do ser humano no seu sentido mais puro. A Arte Povera ou arte Pobre foi o termo escolhido pelo crítico e curador italiano Germano Celant para designar o movimento artístico que ocorrera na segunda metade da década de 60, na Itália. Os artistas usavam materiais banais e precários da sociedade para construir suas obras, como materiais manufaturados, reciclados e inutilizados pela população consumista. (metal enferrujado, areia, detritos e pedras, resíduos industriais, farrapos, produtos químicos, terra, madeira, pedaços de árvore, metal, feltro, espelhos e trapos,etc). Os elementos primários que não foram transformados pelo homem como a terra, a água, o fogo e o ar , aparecem nas obras dos artistas “pobres” enfatizando a importância de valorizar, e de certa modo, retornar aos elos do ser humano com a natureza a partir de uma transformação de ver e fazer arte.
O uso de materiais desse tipo é uma forma de aproximar a arte do cotidiano comum das pessoas desmistificando a arte como pertencente somente a classe rica, a “elite privilegiada” e que era somente vistas em museus e galerias.
A arte Pobre atentava para um olhar mais natural das coisas , não querendo agradar aos sentidos, embora é inevitável que sejam provocados, mas levar ao espectador a refletir sobre a realidade. Se atenta ao processo da construção da obra e não ao produto final, utilizando elementos até orgânicos como a escultura de Giovanni Anselmo, composta de uma alface presa por um fio de cobre por dois blocos de granito, um maior e outro menor coloca em questão as propriedades intrínsecas dos materiais.
Outros principais artistas que fortaleceram a idéia da Arte Pobre foram:
Jannis Kounellis, Mario Merz, Michelangelo Pistoletto, Reiner Ruthenbeck e Gilberto Zorio, Giuseppe Penone, Luciano Fabro, Giulio Paolini.

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